quarta-feira, 20 de abril de 2011


"(...) conquistando minhas coisas tão no braço,
tão sempre sem nada, que aprendi a ter uma enorme
admiração por mim mesmo."

(Caio Fernando Abreu)





Quando amo
Eu devoro
Todo o meu coração
Eu odeio
Eu adoro
Numa mesma oração

-Chico Buarque-





DUAS AMIGAS AO TELEFONE:


- Oi, me conta como foi o encontro de ontem à noite.
- Horrível, não sei o que aconteceu...
- Mas por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim. Beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...
- Não me diga que terminou por aí.
- Não, claro. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos, até que tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox e me mordia o lábio como se fossem de plástico... Ia explodir o meu implante de colágeno e quase sai o mega hair!!!

- E... Não tentou mais nada?
- Sim começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo de me depilar. E além do mais, me arrebatou com uma luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda em suas mãos e estourou meu silicone do peito....
- E depois, que aconteceu?
- Aí então, começou a tomar champanhe em meu sapato...
- Que romântico...!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!
-Ai, não!!!! E por quê?
- Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto..
- Nossa, que ele fez depois?
- Você acredita que ele broxou e foi embora?
- Acho que ele é viado.
- Só pode!

Luiz Fernando Veríssimo

E VIVA AS MULHERES DE VERDADE